quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Ditados populares

E a gente pensa que repete corretamente os "ditados populares"...

Dicas do Prof. Pasquale:

HOJE É DOMINGO PÉ DE CACHIMBO... e eu ficava imaginando como seria um pé de cachimbo, quando o correto é: HOJE É DOMINGO PEDE CACHIMBO... Domingo é um dia especial para relaxar e fumar um cachimbo ao invés do tradicional cigarro (para aqueles que fumam, naturalmente...).

Muito legal esses de baixo. Eu não conhecia essas armadilhas da língua, exceto pelo "Batatinha quando nasce..." e " Cuspido e Escarrado".


Eu falava assim.... APRENDA O CORRETO:

No popular se diz: 'Esse menino não pára quieto, parece que tem bichocarpinteiro' "Minha grande dúvida na infância... Mas que bicho é esse que é carpinteiro, um bicho pode ser carpinteiro???"
Correto: 'Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro' "Tá aí a resposta para meu dilema de infância!"

EU NÃO SABIA. E VOCÊ?

Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão.'
Enquanto o correto é: ' Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão.' "Se a batata é uma raiz, ou seja, nasce enterrada, como ela se esparrama pelo chão se ela está embaixo dele?"

'Cor de burro quando foge.'
O correto é: 'Corro de burro quando foge!'"Esse foi o pior de todos!
Burro muda de cor quando foge??? Qual cor ele fica??? Porque ele muda de cor???"

Outro que no popular todo mundo erra:'Quem tem boca vai a Roma.'
"Bom, esse eu entendia, de um modo errado, mas entendia! Pensava que quem sabia se comunicar ia a qualquer lugar!" O correto é: 'Quem tem boca vaia Roma.' (isso mesmo, do verbo vaiar).

Outro que todo mundo diz errado,
'Cuspido e escarrado' - quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa.
O correto é: 'Esculpido em Carrara.' (Carrara é um tipo de mármore)

Mais um famoso.... 'Quem não tem cão, caça com gato.' "Entendia também, errado, mas entendia! Se não tem o cão para ajudar na caça o gato ajuda! Tudo bem que o gato só faz o que quer, mas vai que o bicho tá de bom humor!"
O correto é:'Quem não tem cão, caça como gato.... ou seja, sozinho!'


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Comentários

Como "o pepino que nasce torto, cresce torto e morre torto" (segundo outro ditado popular), hoje não vejo possibilidade de sucesso para acertar os ditados populares, cujo correto sentido foi acima apresentado pelo professor Pasquale. É uma batalha perdida, antes mesmo de começar!... Assim, melhor parece aderir ao modo como atualmente são utilizados, que tentar mudar-lhes a forma e o sentido.

O continuado uso de tais ditados, em sua atual forma, por tão longo e longo tempo, tem o poder de tornar "certas", coisas que, em época anterior, seriam consideradas errôneas. Assim, os referidos ditados -- do modo como hoje são utilizados -- continuam tendo seu valor e aplicabilidade, senão por outros motivos, apenas pelo seu lado cômico e gozador, em alguns casos, como o do "bicho carpinteiro".

Como ilustração de tais desvios do sentido original, "formidável" já significou "aquilo que inspira grande temor; que é perigoso; que tem aspecto terrificante", mas hoje tem sentido diametralmente oposto: "muito bom, excelente, lindo, maravilhoso, magnífico" e coisas assim... E agora já não há como reverter ao significado original.

No entanto, até ilustres cultores do idioma pátrio costumam "fazer besteiras", ao apressar-se para inserir termos em nosso vocabulário, pelo simples fato de que estavam em moda, na época em que foram incluídos. Isto é indevido, pois tais termos precisam passar pelo teste de permanência ao longo do tempo, mostrando que, de um simples modismo inicial, passaram a constituir "legítimos" vocábulos, de uso habitual e, portanto, já incorporados ao idioma.

Aí, sim!, cabe até registrá-los nos dicionários. Neste sentido, porém, o Aurélio pecou por incluir, em seu famoso dicionário, termos tais como "intelijumência" e "intelijumento", ambos referentes a certos indivíduos que, não obstante insertos na condição humana, costumam demonstrar uma inteligência jumental (sem ofensa aos dignos representantes desta nobre espécie, é claro!...).

Ambos os termos tornaram-se de uso generalizado, já há muitos e muitos anos, mas extremamente curta foi sua sobrevivência, de modo que hoje se encontram praticamente mortos e sepultados.

Os que viveram na década de setenta, devem lembrar-se da famosa expressão "É uma brasa, mora!", gíria cujo uso se alastrou por toda a juventude brasileira, naquela época, contaminando até o falar dos adultos e parecendo que viera para ficar, em definitivo.

Mas hoje jaz sepultada há mais de trinta anos!

2 comentários:

  1. Paulo muito esclarecedor,eu também já tive essas dúvidas.
    Valeu,amigo.
    Um Abraço.

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  2. Os ditados populares são confundidos a muito tempo, da mesma maneira que se procurar por aí, vai encontrar pessoas que, por não prestarem atenção nas letras das músicas, vão cantando errado, por exemplo:
    de "Bib King na vitrola" virou "De biquini na vitrola" na música Noite do prazer do grupo Blilho. Entre tantas outras.
    Este é realmente um assunto a ser divulgado, parabéns pela abordagem.
    Um grande abraço
    Giba

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