sexta-feira, 15 de outubro de 2010

33 Heróis de Verdade - A Força do Ser Humano



Mineros CHILENOS estavam 'se consumindo'

Seus corpos estavam se consumindo. Crescia a angústia pela falta de ar e restavam apenas três rações de alimentos e 10 litros de água antes de serem contactados, 17 dias após ficarem presos na mina San José... os 33 mineiros contam de maneira fragmentada como se organizaram para suportar a espera.



"Os primeiros 17 dias foram um pesadelo", relatou à AFP o mineiro Juan Illanes, de 52 anos, após receber alta do hospital de Copiapó, para onde todos foram transferidos após o resgate de terça-feira.

Nesses primeiros dias após o deslizamento que os sepultou a mais de 600 metros de profundidade no fundo da mina San José não houve notícias deles e pensava-se que poderiam estar vivos em um refúgio de segurança ou ter morrido esmagados.

Mas o colapso ocorreu 300 metros acima deles e não alcançou nenhum trabalhador. Todos puderam se refugiar no abrigo que, entretanto, tinha poucas provisões, como algumas latas de atum e um pouco de leite.

"Estávamos esperando a morte. Estávamos nos consumindo", afirmou o mineiro Richard Villarroel, sobre os dias em que não tinham contato com a superfície, afirmou à imprensa local a partir do hospital onde se encontra junto com a grande maioria dos mineiros.

Mas na penumbra, com temperaturas acima dos 30 graus e uma alta umidade, os mineiros se organizaram para enfrentar esses primeiros dias, quando não tinham nenhuma certeza se seriam encontrados.

"Pouco a pouco fomos nos organizando", acrescentou Illanes à AFP, pouco antes de chegar em casa para passar sua primeira noite após a tragédia. "A comida foi sendo distribuída em porções pequenas. A água também", relatou Villarroel. Além da fome, a falta de ar no interior da mina nos angustiava.

"Estavam desesperados porque faltava ar", relatou Alberto Segovia, pai de Darío, outro dos mineiros presos.

"Quando tinham apenas 10 litros de água mineral, para racionalizá-la entre todos, começaram a beber água contaminada que estava em tambores e muitos começaram a ter dor de estômago", acrescentou, após falar com o filho.

Nesses momentos os mineiros se uniram mais do que nunca, apesar de tratar-se de um grupo heterogêneo, com trabalhadores contratados pela companhia e outros temporários.

"Sem conhecer muitos dos que trabalhavam naquele momento, soubemos nos unir e isso foi o mais importante", afirmou o mineiro e ex-jogador de futebol Franklin Lobos, a partir do hospital, a uma rádio local.

"Nos unimos nos momentos difíceis, quando não havia nada, quando tínhamos que tomar água que não era para ser bebida. Nos unimos quando não havia comida, quando era preciso comer apenas umas colheres de atum porque não havia mais", acrescentou.

"Dávamos apoio a todos. Se um estava mal, o companheiro do lado lhe dava a mão", acrescentou Villarroel. Sem entrar em desespero, resolveram nesse momento que todos tomariam suas decisões por votação.



"Sempre decidimos as coisas de forma democrática, fomos um grupo muito organizado", relatou o mineiro José Henríquez, de 54 anos, considerado o líder espiritual do grupo. "Éramos 33 homens, então 16 mais um era a maioria", disse Luis Urzúa, o chefe do turno do grupo, seu líder, e o último a deixar a mina.

Fonte e créditos: AFP - Agence France-Presse por Estado de Minas (www.em.com.br)

Um comentário:

  1. Boa noite!!!
    Estes são mesmo heróis de verdade, não é nada fácil passar todo esse tempo soterrado a mais de 600 metros, a angustia deve ser muito grande, tanto para eles com para os familiares que aguardavam ansiosamente pelo resgate... Graças a Deus que deu tudo certo e não se perdeu nenhuma vida.
    Parabéns pela excelente postagem, adorei!!!
    Grande abraço e muita luz!!!

    ResponderExcluir