Momento histórico e ímpar para população brasileira e soberania do Brasil
Pessoas terão o seu direito de ir e vir assegurado na favela mais famosa do Brasil
Bandeira do Brasil é hasteada no alto da Rocinha
A polícia militar brasileira iniciou esta madrugada a operação de
ocupação e pacificação
da favela da Rocinha, a maior do Rio de
Janeiro, dominada há décadas pelos traficantes de droga, informou a
imprensa brasileira.
O anúncio oficial de que a favela estava em
poder da polícia já foi efectuado.
A operação iniciou-se cerca
das 04:09
locais com a entrada de mais de uma dezena de
veículos blindados das Forças Armadas e de 40 homens do Batalhão de
Operações
Especiais (BOPE) na favela situada na zona
sul do Rio de Janeiro, enquanto um helicóptero sobrevoava a região.
O
anúncio oficial da ocupação foi feito pelo
Chefe do Estado Maior da PM, coronel Alberto Pinheiro Neto que afirmou
que a situação
estava sob controlo na Rocinha, e que não
houve incidentes nem tiros disparados. Uma bandeira do Brasil foi
hasteada no alto
da Rocinha, que deve receber em breve a 19ª
Unidade da Polícia Pacificadora do Rio (UPP).
«Iniciamos a
operação às
4h de um domingo de feriado para causar o
menor transtorno possível à população. Às 6h, já demos como cumprida a
missão de
retomada da Rocinha, Vidigal e Chácara do
Céu, sem disparar nenhum tiro», afirmou o coronel Pinheiro Neto, Chefe
de Estado
Maior Operacional da Polícia Militar.
A
operação ocorreu sem incidentes de maior, no entanto, os polícias
tiveram
de estar atentos a diversas armadilhas
deixadas pelos traficantes, como óleo nas subidas que dão acesso ao topo
da favela.
Actualmente, as autoridades fazem rusgas em
casas à procura de droga e armas. Até ao momento, há apenas um detido.
Os
moradores, que foram aconselhados a ficar nas
suas casas durante a chegada dos agentes, já começam a circular pelas
vias da
maior favela da América Latina.
A
acção também contou com o apoio de soldados especializados em florestas,
que ocuparam
o entorno do morro 36 horas antes da chegada
policial, para evitar a fuga de bandidos para dentro da mata que cerca a
comunidade.
Polícias
e militares apreenderam 70 quilos de pasta de
cocaína, 40 barras de maconha e cerca de 10 mil munições para diversas
armas,
informa o boletim da Polícia Militar.
Da segunda fase da operação, marcada pela busca de materiais deixados pelos
traficantes na comunidade, resultou ainda a recuperação de um camião Hilux roubado e de 35 motos.
O
último balanço
informa que os agentes apreenderam uma farda
do Exército, uma camisa da Polícia Civil e uma capa para colete à prova
de balas.
Fonte: www.tvi24.iol.pt
"Andar pela rua e não ver fuzil será uma vitória", diz morador da Rocinha
Morador conta que espera melhorias com a chegada da UPP. Polícia ocupou a comunidade sem incidentes
Enquanto esperava para deixar a favela da Rocinha após o primeiro dia de férias, o garçom carioca Luís Ricardo, de 25 anos, e que mora no local desde 2008, se mostrou confiante que o dia-a-dia dos moradores da comunidade vai mudar após a ocupação da região para a implantação de mais uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).
Foto: J. Egberto
Após férias, garçom espera uma nova Rocinha
Com a bagagem que vai levar para o Ceará neste domingo, ele esperava a liberação das vias que deixam a Rocinha. "Hoje não dormi de tão preocupado. Saio de férias na hora certa".
Apesar da apreensão, Luís Ricardo disse que confia que, com a UPP, a realidade da comunidade será outra. "Andar pela rua e não ver fuzil será uma vitória. De um jeito ou de outro, sempre estávamos sujeitos a fazer o que eles (traficantes) queriam".
O morador da comunidade afirmou que vai ficar fora da cidade até as festas de fim de ano. Em janeiro, ele espera outro cenário no local. "Quando eu voltar, espero que a comunidade esteja transformada. Quero ver as crianças brincando na rua sem medo e longe das armas".
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